A UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura no início do mês de março de 2020 publicou orientações preciosas sobre ensino a distância.
Num momento em que nos estamos a organizar, faz sentido partir de pontos referenciais /recomendações que se devem adaptar, naturalmente, à nossa e a cada realidade:
1- Analisar o estado de preparação e escolher as
ferramentas mais adequadas
Optar
pela utilização de soluções de alta ou baixa tecnologia, em função da
fiabilidade do abastecimento de energia local, do acesso à Internet e das
competências digitais de professores e alunos. Estas podem incluir plataformas
digitais de ensino, aulas por vídeo, MOOC, ou ainda a transmissão das aulas em
canais de rádio e de televisão.
2. Assegurar o caráter inclusivo dos programas de
ensino à distância
Implementar
medidas para garantir que os alunos, nomeadamente aqueles que são portadores de
deficiência ou oriundos de famílias com fracos recursos, têm acesso a programas
de ensino à distância, quando não dispõem de dispositivos digitais. Considerar
a possibilidade de transferir temporariamente tais dispositivos das salas de
informática para as famílias, fornecendo-lhes acesso à Internet.
3. Proteger a confidencialidade e a segurança dos
dados
Avaliar
o nível de segurança ao descarregar dados ou recursos educativos dos espaços
Web e da sua transferência para outras organizações ou indivíduos. Assegurar
que a utilização das aplicações e plataformas não compromete a
confidencialidade dos dados dos alunos.
4. Implementar soluções para problemas psicossociais
antes de lecionar
Mobilizar
as ferramentas disponíveis para estabelecer a ligação entre escolas, pais,
professores e alunos. Criar comunidades para assegurar uma interação social
regular, promover medidas de proteção social e responder aos problemas psicossociais
aos quais os alunos podem ter de fazer face em situações de isolamento.
5. Planeamento do desenvolvimento dos programas de
ensino à distância
Organizar
mesas redondas com as partes interessadas para analisar a possível duração do
encerramento das escolas e determinar se o programa de ensino à distância deve
concentrar-se no ensino de novos conhecimentos, ou antes reforçar os já
adquiridos nas aulas anteriores. Organizar horários tendo em conta a situação
na área afetada, o nível de ensino, as necessidades dos alunos e a
disponibilidade dos pais. Escolher métodos de ensino apropriados, em função do
contexto de encerramento das escolas e da quarentena. Evitar métodos de ensino
que exijam uma comunicação cara a cara.
6. Prestar assistência a professores e alunos no uso
de ferramentas digitais
Organizar
sessões de formação curtas ou de orientação para professores e pais, se for
necessário acompanhamento e orientação. Ajudar os professores a providenciarem
as condições materiais necessárias para a continuidade do ensino, por exemplo,
soluções de utilização dos dados móveis para a transmissão de aulas em direto.
7. Combinar as abordagens adequadas e limitar o
número de aplicações e plataformas
Combinar
as ferramentas ou meios de comunicação a que a maioria dos alunos tem acesso,
tanto para a comunicação e aulas síncronas como para o ensino assíncrono.
Evitar sobrecarregar alunos e pais, pedindo-lhes para descarregar e testar
demasiadas aplicações e plataformas.
8. Estabelecer regras para o ensino à distância e
monitorizar o processo de aprendizagem dos alunos
Definir
com pais e alunos as regras do ensino à distância. Elaborar perguntas,
avaliações e exercícios formativos para acompanhar o processo de aprendizagem
dos alunos. Sempre que possível, utilizar ferramentas através das quais os
alunos possam transmitir os seus comentários, de modo a não sobrecarregar os
pais, pedindo-lhes que digitalizem e enviem os seus comentários.
9. Definir a duração das unidades de ensino à
distância de acordo com as competências de autorregulação dos alunos
Manter
um ritmo de ensino consistente com o nível de autorregulação e aptidões
metacognitivas dos alunos, nomeadamente para as aulas transmitidas em direto.
De preferência, a unidade de aprendizagem para os alunos do ensino primário não
deve exceder 20 minutos, e 40 minutos para os alunos do ensino secundário.
10. Criar comunidades e promover a coesão social
Criar
comunidades de professores, pais e diretores de escolas para combater o
sentimento de solidão ou angústia dos alunos e para facilitar a partilha de
experiências e o debate sobre as estratégias de gestão das dificuldades de
aprendizagem.
Fonte: https://www.unescoportugal.mne.pt/pt/noticias/ensino-a-distancia-as-10-recomendacoes-da-unesco
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